A Turma da Mônica iniciou sua caminhada em tiras de jornais em 1959, com o Bidu e Franjinha; introduzido o Cebolinha e a Mônica em 1960 e 1963. Algo que começou com as revistas em 1970 e passou por tudo que é tipo de mídia, continuando até hoje, podemos dizer que a turminha é uma obra que transcende gerações. E entre as mídias que as histórias foram transportadas está o cinema, que dá a deixa para falarmos do segundo filme da franquia: A Princesa e o Robô.

A Princesa e o Robô é um filme de animação brasileira da Turma da Mônica lançado em 16 de janeiro de 1984 pelos estúdios Black & White & Color e Mauricio de Sousa Produções (MSP). Foi o primeiro filme totalmente animado do MSP, em vista que o anterior, As Aventuras da Turma da Mônica, de 1982, tinha cenas em live-action. O filme foi recentemente remasterizado e lançado no YouTube oficial da Turma da Mônica (link no final da matéria).

”Nos confins do universo, foram descobertas recentemente misteriosas estrelas pulsantes, batizadas pelos astrônomos de ‘pulsar’. Elas não brilham como outras estrelas, elas pulsam como um grande coração de luz, batendo sem parar.

Diz a lenda que às vezes um raio de luz desgarrado de uma distante estrela pulsar pode atingir alguém, e esse alguém nunca mais será o mesmo.”

(Introdução do filme, locutada por Ronaldo Batista).

No distante planeta Cenourano, vive um robô que foi atingido pela estrela pulsar, que caiu do espaço, e acendeu a paixão pela princesa Mimi no robô. Mas o vilão Lorde Coelhão também quer a princesa, então os dois entram em um torneio pela mão de Mimi, mas o Robozinho ganha. Só que ele não tem um coração, o que o impede de ficar com a princesa, mas ele fará qualquer coisa para conseguir um. Na sua busca, ele é capturado pelo Lorde e mandado para a Terra, onde encontra a turminha, que decide ajudá-lo a ir atrás de uma estrela pulsar e colocá-la em seu peito para ter um coração de verdade. Tudo isso em um prazo de 3 dias e tendo que passar pelos obstáculos impostos por Lorde Coelhão, que fará de tudo para separar os dois pombinhos.

O filme mistura os gêneros aventura e space opera, e incorpora elementos de, principalmente, Star Wars. Na época do lançamento, O Retorno de Jedi tinha acabado de ser lançado nos EUA. Também há uma alusão a Pinóquio, quando o Robozinho se torna um coelho de verdade. Ele tem uma história completamente original (ou seja, não foi baseada nos quadrinhos), mas pega elementos introduzidos em uma das histórias da animação anterior, As Aventuras da Turma da Mônica, que fez muito sucesso, o que levou à criação de A Princesa e o Robô. A história em questão chama-se “O Império Empacotado”, que introduz o Lorde Coelhão, o conceito de empacotar os inimigos e a nave utilizada pela turminha na nova história, que inclusive contém uma referência sutil a isso (o Franjinha diz que guardou a nave de uma aventura anterior).

A Princesa e o Robô não fez o mesmo sucesso de seu antecessor, mas teve uma boa aceitação pelo público. Havia uma grande inflação na época e isso certamente contribuiu para o número de pagantes ter sido menor. Ainda assim, é o segundo maior público da franquia Turma da Mônica no cinema, tendo desbancado o sucesso Uma Aventura no Tempo (2007) e ganhou o status de clássico cult.

Por alguma razão desconhecida e apesar dos apelos dos fãs, a obra nunca foi lançada em DVD e muito menos em Blu-ray. Também foi poucas vezes exibido na TV. Seus lançamentos em home video foram só em VHS em 1984, 1994 e 1998. Como dito antes, a revitalização veio só agora em 11 de fevereiro de 2019, quando ele foi remasterizado em alta definição em comemoração aos 10 milhões de inscritos no canal oficial do YouTube. No entanto, nota-se as perdas de qualidade que sofreu na imagem e principalmente no áudio (gravado originalmente em mono), pois tem algumas falas que EU não consegui entender, mesmo tendo aumentado o volume (não deu para aumentar muito, pois o som estava estourado). A dublagem é a mesma da época, que aliás, foi a primeira com os dubladores consagrados da turminha, em vista que quase todos foram trocados do filme anterior para esse. O elenco principal é composto por Marli Bortoletto (Mônica), Angélica Santos (Cebolinha), Paulo Cavalcante (Cascão), Elza Gonçalves (Magali), Araken Saldanha (Lorde Coelhão), Denise Simonetto (Anjinho) e André Luís (Robozinho).

Apesar de a história ter sido criada para o cinema, seus personagens tiveram algumas aparições nos quadrinhos posteriormente. O Lorde Coelhão voltou na história Um Natal Empacotado em 1986 e 2001 – Uma Odisséia no Parque, que também teve o Robozinho já como coelho em 2001. A Princesa Mimi também voltou já adolescente em uma história que é continuação do filme nas páginas da Turma da Mônica Jovem em 2009. Foi dividida em 3 partes e conta a história de um pulsar.

Mesmo tendo 1h30 de filme, não dá a impressão de ser rápido. Tendo visto há muito tempo nos anos 90, eu já não lembrava de mais nada da história e ainda por cima tinha memórias misturadas a da história “O Império Empacotado”, o que fez com que eu tivesse uma nova primeira vez ao assisti-lo novamente. A história tem seus absurdos no melhor estilo Turma da Mônica (é o charme), mas é bem feita, amarrada e prende a atenção. Você consegue sentir empatia pelos heróis, especialmente o Robozinho e a Princesa, que estão no desespero de ficarem juntos, ao mesmo tempo que caem tramoias do Lorde Coelhão, que consegue despertar o desprezo em nós. Recomendo a todos a verem e reverem com seus filhos, sobrinhos, afilhados ou simplesmente com a sua criança interior.

Aproveitando o gancho e porque a franquia nunca para de se renovar, em 27 de junho de 2019 estreará nos cinemas Turma da Mônicas: Laços, o primeiro longa totalmente em live-action da turminha. A história é baseada na Graphic Novel “Laços”, a primeira parte de um total de três (todas com começo, meio e fim, não se preocupe). E se você quiser saber das histórias antes de ver no cinema, pode comprar o livro do Laços aqui, do Lições aqui e do Lembranças aqui. Mas se preferir conferir outras já lançadas, clique aqui.

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