O Doutrinador é um filme brasileiro baseado em uma história em quadrinhos também brasileira, de autoria de Luciano Cunha. O filme tem direção de Gustavo Bonafé (Chocante) e Fábio Mendonça (Destino), e roteiro por Mirna Nogueira (Meus 15 Anos), L.G. Bayão (Motorrad), Rodrigo Lages (702), Denis Nielsen (3%), Guilherme Siman (Filhos da Pátria), Gabriel Wainer (Rio Mumbai), Bia Crespo (Meus 15 Anos) e Luciano Cunha. A classificação indicativa é de 16 anos.

O agente federal Miguel (Kiko Pissolato – Insensato Coração) sofre uma tragédia pessoal que o leva a eleger a corrupção endêmica brasileira como sua maior inimiga, e com a ajuda da hacker Nina (Tainá Medicina – Rock Story) ele começa a se vingar da elite política brasileira corrupta em pleno período de eleições presidenciais, numa cruzada sem volta contra a corrupção.

Segundo seu próprio criador, Luciano Cunha, O Doutrinador não é um filme político. É uma história de um anti-herói que “pensa como o V (de Vingança), age como o Justiceiro (personagem da Marvel) e fala como o Rorschach (personagem da DC)” (definição dada por um fã da obra). A história dos quadrinhos tem um protagonista na casa dos 60 anos que viveu a ditadura militar, perdeu a filha e é tomado por uma sede de vingança dos políticos que desviam dinheiro público. No filme, o personagem principal é mais jovem por não termos atores brasileiros com o porte físico necessário para interpretar Miguel, de acordo com Cunha. Outra razão para isso foi também para haver uma maior identificação com os jovens de hoje, que talvez não entendam tanto um personagem que não saiu ileso da ditadura.

Os nomes de todos os políticos e até da cidade foram trocados para evitar problemas, mas é possível perceber que eles foram inspirados em pessoas e acontecimentos reais. No caso, a história se passa na época das eleições presidenciais de 2014. Entre os atores dos políticos do filme, temos Eduardo Moscovis (O Cravo e a Rosa) interpretando o governador Sandro Correa, e Marília Gabriela (Senhora do Destino) como a ministra Marta Regina. Entre os não-corruptos, além de Kiko e Tainá, temos também Samuel de Assis (3%) como o agente Edu, colega de Miguel. Todos atuaram bem e convenceram em seus papéis.

Entre os filmes nacionais O Doutrinador difere por ser um filme de ação com um anti-herói, mas como a história em geral não é muito diferente do que estamos acostumados a ver em filmes e seriados estrangeiros, como O Justiceiro e Arrow, que são personagens anti-heróis da Marvel e da DC, respectivamente. Mas independente de sua nacionalidade, ele cumpre o que promete e traz uma história empolgante com uma realidade adaptada ao nosso país, que prende a atenção e até faz você se emocionar com a morte da filha de Miguel (está no trailer, então não é spoiler). Pode também fazer você torcer por ele. Ou talvez você ache as ações dele um absurdo, mas a verdade é que temos alguém com treinamento militar que sucumbiu à vingança e vontade de fazer justiça com as próprias mãos em uma época de indignações com tanta corrupção e impunidade no país, e isso não é tão inconcebível assim. Na história ele é considerado louco por seus amigos e familiares, e com as habilidades e a raiva que Miguel tem, espere ver cenas violentas de armas de fogo e pancadaria. No fim, mesmo não querendo, ele claramente mostra uma crítica social e política.

Produzido pela Paris Entretenimento, e distribuído pela Paris Filmes e Downtown Filmes, o filme estreia no dia 1º de novembro de 2018 em todo o território nacional.

E se você gostou da história, além de ler os quadrinhos, também pode esperar por um seriado de TV que irá aprofundar a trama do filme e trará novos personagens. Ele será exibido pelo canal pago Space em 2019.

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TRAILER: