Em meio a um período no qual está havendo tantas discussões sobre intolerância, violência, opressão, ódio e desamor, vêm com tudo a estreia da nova temporada de Doctor Who: série britânica de ficção científica na qual lições sobre diversidade, etnias, respeito e aversão à armas são temas recorrentes. Coincidentemente (ou não, porque né, Universo fazendo o seu papel!), o primeiro episódio da 11ª Temporada estreou no Brasil, com exibições na rede Cinemark, no serviço de streaming da Sony o Crackle e no Reino Unido simultaneamente EXATAMENTE no dia das eleições brasileiras! Considerando tudo que a série britânica leva em consideração, vale a reflexão. Para quem acompanhou nos cinemas, houve a maravilhosa surpresa de, após os créditos finais, sermos presenteados com entrevistas e materiais dos bastidores: a trajetória do segredo do anúncio da Doutora, passando pela primeira leitura em grupo do roteiro, até a escolha do figurino. Brilhante! Detalhes técnicos também foram comentados, como a aplicação de novos enquadramentos à série, dando um aspecto mais cinematográfico ao produto final.

É uma nova era para a saga em todos os sentidos: nova logomarca, novo compositor, novo showrunner, novos companhion, nova sonic screwdriver e nova protagonista. Sim, após mais de 50 anos das aventuras do TimeLord na TV, é a primeira vez que o Doutor será interpretado por uma mulher. Joddie Whittaker foi escolhida para ser a sucessora de Peter Capaldi, Chris Chibnall (que já escreveu alguns episódios para o spin-off Torchwood) o sucessor de Steven Moffat e Segun Akinola sucessor de Murray Gold.

David Bradley & Peter Capaldi x Joddie Whittaker

Steven Moffat x Chris Chibnall

Murray Gold x Segun Akinola

A história geral do episódio em si é relativamente simples: um objeto não identificado aparece do nada em Yorkshire do Sul, as pessoas certas aparecem no momento certo para salvar as que estavam no lugar e momento errado. Indivíduos de gerações diferentes têm suas vidas transformadas ao entrarem em contato com aliens. Contudo, a mensagem final é a menina dos olhos, além da estréia em especial da Joddie.

Ela está super à vontade no papel; consegue encarnar os trejeitos do Doutor, agora Doutora, visto em seus antecessores como a sede por resolução, comicidade, inteligência e controle da situação. Ao se deparar com o problema, ela planta a dúvida de como deveríamos encarar todas as dificuldades da nossa vida: “o que é?”, “o que pretende?”, e o mais importante, “como combater?”. Identificar, sentir/entender, resolver/deixar ir. Doctor Who é ou não é uma séria sensacional?! Sim ou claro?!

Sempre recheado de referências maravilhosas, o título deste 1ª episódio da era Joddie é uma menção à canção composta por David Bowie (o qual já foi muito referenciado na série), na década de 70 “The Man Who Sold The World”. Nos anos 90, Bowie deu uma entrevista à BBC Radio 1 e falou um pouco sobre o tema desta música. Ele comentou sobre quando se é jovem e há uma busca entre seu estado mental e espiritual, e como se sentia a respeito disso. Como se parte de você ainda não foi encontrada e assimilada. Ou seja, a grande necessidade de descobrir quem você realmente é, o que condiz muito com a nossa nova Doutora que durante o episódio ainda está sob efeitos de pós regeneração e está em busca de quem ela é. E ainda é bem válido mencionar que diante de tantas mudanças relacionadas à série, a grande mensagem desta nova fase, muito além de termos a primeira mulher no papel, é estamos todos em constante evolução. Não tem problema nenhum em mudar, desde que seja uma escolha consciente e que sempre possa manter sua essência!

Doctor Who pode ser acompanhado semanalmente às 16h pelo Crackle. O primeiro episódio está disponível gratuitamente em versão dublada e legendada.

4 cookies pela grande estreia!