Gucci, marca de grife italiana, um dos impérios da moda de maior luxo e alto ticket da história, (como Versace, Louis Vitton, Dolce Gabbana, Chanel), é o tema do novo filme de Ridley Scott (Alien, O último duelo, O homem do castelo alto). Casa Gucci foi inspirado no livro “House of Gucci: uma história sensacional de assassinato, loucura, glamour e ganância” – por Sara Gay Forden, que traz a história da marca e do assassinato de um dos poucos herdeiros da marca Maurizio Gucci.

© Universal Pictures/Divulgação

Elenco com vários nomes de peso como Adam Drives como Maurizio Gucci, Jeremy Irons como o pai Rodolfo Gucci, Al Pacino como o tio Aldo Gucci, Jared Leto como o primo e sobrinho Paolo Gucci Lady Gaga estrelando como Patrizia Reggiane, a ex esposa de Maurizio.

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Filme com caracterização de personagens perfeita, belíssima fotografia que nos faz ter vontade de visitar Milão, trilha sonora interessando incluindo o nosso queridinho David Bowie com “Ashes to Ashes“, porém roteiro que em determinado momento deixou a desejar. Est que inicia de forma fluída, no qual entramos em contato em como Patrizia e Maurizio se conheceram mas que com o andar do filme suprime detalhes que trazem entendimento da história com desfecho um tanto raso que confundem mesmo quem está totalmente familiarizado com a história real que serviu de inspiração para a trama. A impressão é que na hora de dividem os fatos, se alongaram muito no começo, misturaram o meio e tentam inserir mais de uma década de explicação em poucos minutos sem uma conexão muito lógica.

Focando na história e nos fatos reais como um todo ficamos com algumas reflexões a respeito deste mundo de alta costura, quase que a parte da realidade. Percebemos em diversas décadas, classes, nacionalidades o desejo de pertencer ao mundo do luxo não importando o custo para atingi-lo. Não há nada de errado em querer conforto, bem estar e itens duráveis. O problema está em quando para conseguir tais conquistas o meio envolve ganância, ego, auto satisfação exacerbada. Enfim, qualquer ação que distancia uma relação humana saudável como chegar ao ponto da falta de noção e entendimento próprio jogando a culpa nos outros e partindo para um assassinato.

Como em outros casos reais, vemos que por trás de uma marca sinônimo de glamour, status, riqueza, há a briga de herdeiros, a tragédia do assassinato de Maurizio Gucci, e indo mais fundo ainda há toda história de vingança, conflitos familiares brigando além de terras e dinheiro, mas pelo seu próprio sangue. A aparência pela aparência, corrupção de seu próprio ser repetindo padrões se escondendo num passado. São vários os itens vistos que envenenam as relações e arruínam não só do outro, mas a própria vida.

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E como não mencionar ou ter pena e compaixão com o sobrinho Paolo sobrinho. Era o herdeiro que possuía uma veia sensível artística, um olhar visionário como estilista, que criava coleções consideradas fora do padrão Gucci da época. Era totalmente subestimado, considerado medíocre, inútil e constantemente deixado de lado pela família. A ironia do destino desta pessoa é que Paolo morreu pobre, sem vínculos com a marca Gucci. Marca que hoje exibe em suas vitrines peças extremamente semelhantes as ideais que Paolo gostaria de incorporar à marca com suas criações e visão.

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“Não deixe que as forças que te cercam dominar você”.

Casa Gucci

Casa Gucci leva 2 cookies e meio e está disponível nos cinemas a partir de 25 de novembro.