Comédia romântica com timming de lançamento pelo do Dia dos Namorados (fora do Brasil) o Valentine’s Day, Case Comigo (Marry Me) é aquele filme bonitinho que sabemos que vai dar tudo certo e que o trailer entrega 90% da trama. O que não é um problema devido ao gênero e é um certo padrão em filmes estrelado pela maravilhosa e eternamente jovem Jennifer Lopez.

O interessante é que o filme foi baseado em uma graphic novel pouquíssima conhecida. Escrita por Bobby Crosby, Marry Me – Vol1, e pode trazer mais reflexões do que você imagina.

A história traz a protagonista Kat Valdez (Jennifer Lopez) uma cantora ultra famosa que irá casar com o cantor, também ultra famoso Bastiam (Maluma). Casal teoricamente perfeito, do ramo musical que lotam estádios pelo mundo. Além de emplacarem uma música chamada “Marry Me”, (dançante, alegre e que vai ficar na cabeça por alguns dias) que seria tema do casamento deles no qual a cerimônia seria transmitida publicamente no fechamento de um dos shows de Kat. Até minutos antes de entrar no palco com um deslumbrante vestido de noiva, Sebastian estraga tudo e o casamento deles não acontece. Kat sobre ao palco, até porque sua plataforma já estava em movimento, e aí que o filme realmente começa.

Confusa, desnorteada, repensando em mil coisas em sua vida, incluindo o fato de que ela não queria realmente toda aquela exposição, só queria um casamento pequeno e íntimo na praia. O que traz a primeira reflexão do filme: celebridades são realmente aqueles seres inalcançáveis e perfeitos que vemos? Será que realmente conhecemos quem está lá brilhando? Afinal, apenas da beleza, dos staffs, dos contratos, ela é um ser humano, experenciando a vida, sonhando, desejando, chorando, vivendo e há uma grande contenção de emoções que as fazem parecer inquebrável. Kat traz estes pensamentos quando a partir desta grande catarse se auto questiona por estar em um ciclo de erros e padrões em relacionamentos que dão errado. Especialmente quando Bastiam a magoa e ela passa a conhecer seu atual marido de um momento impulsivo, Charlie Gilbert (Owen Wilson) que é uma pessoa normal. Professor de matemática, divorciado, anti redes sociais, tímido, simples e genuíno.

“Se quiser algo diferente, precisa fazer algo diferente”

>> Kat – “Marry Me”

Ainda sobre celebridades bem sucedidas, vivendo seus sonhos mas que também choram, sofrem, e precisam conter suas emoções e parecerem perfeitas; me fez lembrar no momento em que Katy Perry (que inclusive é mencionada no filme) recebeu o pedido de divórcio do ex-marido Russel Brand momentos antes de iniciar a maquiagem para o show em São Paulo-BR da turnê Teenager Dreams. Esta cena ficou registrada em seu filme documentário “Party of me” onde vemos a cantora vulnerável, chorando e tendo que lidar com esta situação em meio a holofotes, julgamentos e pressão. Vemos situações semelhantes ocorrendo com a Kat do filme, incluindo julgamento da imprensa e Jimmy Kimmel tirando sarro dela.

Katy Perry em “Part of Me – music documentary”

Kat traz outro questionamento sobre ser levada a sério como cantora, como profissional. Seja em um a indicação a premiação, pela sua música genuinamente composta por ela versus o julgamento pela beleza e inteligência, que também ocorre com estereótipos e outros grandes artistas. Quantas vezes a própria Jennifer Lopez já foi e é julgada? Quando dor e sofrimento Britney Spears sofreu e ainda sofrem por terem a mídia em cima de sua vida pessoal? Dentre outros exemplos.

Voltando ao relacionamento “por acaso” de Kat e Charlie, pós Bastiam, aqui temos uma outra situação interessante para pensar. O que era um “vamos nos conhecer, vamos pelo momento” se torna real amor e traz Kat para um mundo fora dos holofotes, o que faz muito bem a ela. São pessoas de mundo diferentes e que estão entrelaçando suas vidas e que faz bem para ambos, mas… aos olhos de alguns pode ser prejudicial a carreira de Kat. E aí o que pode acontecer? Sabotagem! Nossa como é duro para alguns ver um casal feliz e fora da internet, sendo feliz na vida real. Situações que atrapalham Kat e Charlie ocorrem incluindo o incentivo de separação do casal. O legal é ver no filme (e no trailer) que o amor fala mais alto e supera qualquer força negativa externa. E essa é uma das mensagens mais especiais do filme. Em pleno período de dia dos namorados, como mencionado no início desde texto, vamos celebrar o amor e que mesmo pessoas de mundos diferentes e que teoricamente (olha o julgamento de novo) não fazem sentido juntos, o que importa é se para o casal em si eles fazem sentido um para o outro. Conexão não é medida por isso, não existe barreiras, país, status, linguagem, amor é amor!

“É sobre amor, é o que nós procuramos”.

>> Kat – Marry Me

Case comigo estreia no Brasil hoje e leva 2 cookies e meio.