A Maldição da Casa Winchester (Winchester: The House That Ghosts Built, 2018) é um filme de terror/suspense baseado em fatos reais vividos pela família Winchester da vida real. A história não tem nenhuma relação com o seriado Supernatural, apesar de a história da família ter inspirado o sobrenome dos personagens principais Dean e Sam Winchester. A casa retratada no filme realmente existe, é tida como a mais mal-assombrada dos EUA e hoje é atração turística. A obra foi dirigida por Michael Spierig (“O Predestinado“) e Peter Spierig (“O Predestinado“), e roteirizada por, além de Michael e Peter, Tom Vaughan (“Playing House“). Apesar de ser um filme de terror e suspense, a classificação indicativa é de 14 anos.

 

A casa em cena do filme.

 

Foto promocional recriada com base na única foto conhecida da Sarah Winchester original.

 

Em um ponto isolado, a 80 km de distância de São Francisco, Califórnia, fica a casa mais assombrada do mundo. Construída por Sarah Winchester (interpretada pela ganhadora do Oscar® Helen Mirren – “A Rainha“), herdeira de 51% das ações da fabricante de armas Winchester Repeating Arms Company após a morte do marido e fundador da empresa, a casa não conhece seu fim. Construída durante décadas de forma incessante, 24h por dia, 7 dias por semana, ela tem 7 andares de altura e abriga centenas de quartos. Para um estranho, parece um monumento monstruoso que reflete a loucura de uma mulher perturbada. Mas Sarah não está construindo para si e o projeto também não é produto de suas duvidosas faculdades mentais. A casa atrai centenas de fantasmas de pessoas vítimas dos rifles Winchester e passou a ser usada também como prisão para as almas que não conseguem perdoar a família e seguir em frente. Mas uma alma é a mais vingativa e pretende matar a todos da família, o que inclui não apenas Sarah como também sua sobrinha Marion Marriott (Sarah Snook – “O Predestinado“) e seu sobrinho-neto Henry Marriott (Finn Siccluna-O’Prey – “The Secret River“). Porém, os demais acionistas da empresa não veem Sarah com bons olhos e querem tomar as ações dela. Para isso, contratam o brilhante psicólogo Dr. Eric Price (Jason Clarke – “A Hora Mais Escura“) para ir à casa e fazer uma avaliação psicológica da herdeira. Ao chegar, começa a ter visões sobrenaturais que não consegue explicar e que eventualmente o levarão a enfrentar traumas do passado.

 


 

A Maldição da Casa Winchester é mais um filme que se apoia na ideia de retratar maldições e casas mal-assombradas, a exemplo das inúmeras adaptações de Amityville e de Invocação do Mal. Mas diferente da maioria dos filmes de fantasmas, que costumam mostrar famílias se mudando para uma casa previamente assombrada, esse mostra uma casa com cômodos construídos para abrigar os fantasmas que são atraídos para lá querendo se vingar por terem perdido a vida pelo rifles Winchester. Alguns aceitam o perdão de Sarah e conseguem partir. Outros precisam ficar um tempo trancados em seus quartos, selados por 13 pregos, até serem capazes de perdoar, e aí poderão sair e seus cômodos serão destruídos para dar lugar a outros. E o número 13 não foi usado levianamente. Enquanto muitos o consideram um número de azar, outros, como Sarah, o consideram um número divino e que traz boas vibrações, pois na numerologia ele é considerado um número ambíguo (1 e 3 seriam números que preferem coisas novas e se arriscar, enquanto o 4, a soma deles, prefere o certo ao incerto). E como em todo filme do gênero, há vários sustos e o ator Jason Clarke faz questão de exagerar nos pulos (se você for mais sensível, pode acabar pulando como ele). A produção é principalmente levada pelo medo e tensão dos personagens ao lidar com as aparições, traumas e possibilidade de morte, o que achei ser um ponto positivo, pois ele consegue causar um pouco dessa tensão no público, ainda que seja óbvio que haverão sobreviventes (a verdadeira Sarah Winchester continuou construindo a casa até sua morte em 1922).

 


 

É um bom filme do gênero, mas não espere grandiosidade. Ele cumpre seu propósito de entretenimento e só não é um mais do mesmo por causa da própria história retratada, e por isso merece ser assistido, se você não for exigente. A produção tem distribuição nacional da Paris Filmes e estreia no Brasil em 1 de março de 2018.

 

 

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