Hoje em dia, testemunhamos alguns crossovers nas telas de cinema: Nestas produções, temos heróis de diferentes franquias que acabam tendo uma aventura em conjunto. Entretanto, a pratica não é novidade, e desde os anos 40, temos filmes deste tipo, alguns muito conhecidos como os confrontos de monstros da Universal Studios – Drácula, Frankenstein, Etc. No Japão não foi diferente, e muitos inimigos clássicos de Godzilla tiveram o nascimento em filmes próprios antes de se juntar à trupe do rei dos monstros. Falando de crossover japonês, temos como novo exemplar Bravestorm!

Temos aqui dois tokusatus da década de 70: Silver Kamen (1971), onde uma família enfrenta alienígenas invasores com o apoio de tecnologia incluindo uma super armadura para lutar de igual para igual com os monstros e; Super Robot Red Baron (1973), típica série de robô gigante onde a maquina humanoide distribui socos, mísseis e raios nas ameaças igualmente gigantescas. Tanto um como outro são produtos de seu tempo, e um se assemelha mais a uma serie policial enquanto o outro parece propaganda de brinquedo… Ambos com o clima psicodélico da época. Quase meio século depois, esses heróis renascem na produção cinematográfica Bravestorm!

Nesta nova aventura, encontramos um mundo devastado por culpa de alienígenas que envenenaram a atmosfera usando o temível robô gigante Black Baron. Entre os poucos sobreviventes temos a família Kasuga atuando como resistência – graças às suas habilidades e ainda uma super armadura – e que como solução final para salvar a humanidade resolvem viajar no tempo e impedir a criação da maldita máquina. Com os planos roubados do robô inimigo e auxilio de um roboticista, a equipe então cria um robô gigante para combater o mal: o Red Baron! Cabe agora recrutar a pessoa mais adequada para pilotá-lo – o protagonista Ken Kurenai, jovem sem preocupação na vida que agora tem que relutantemente aprender a aceitar o destino de salvador da Terra. E claro, os alienígenas que já estão no planeta construindo seu robô do mal irão fazer de tudo para atrapalhar.

Se a história não tem muito mais que os clichês do gênero – o que é mais perceptível para os fãs de robôs japoneses – e uma ação pouco frenética para compensar tudo isso temos um show visual com um design mecânico super detalhado, porém verosímil aliado a efeitos especiais de ponta. Os robôs realmente parecem robôs feitos na Terra com a tecnologia atual e se movimentam de forma realista. A armadura dos heróis também esta com visual atualizado, claro. E não só de visual se faz o filme, a parte sonora conta com musicas orquestradas que dão o tom grandioso que o roteiro tenta passar.

A dublagem faz um trabalho excelente com o protagonista, que coloca em prática todo o coloquialismo da nossa língua tornando a personagem mais realista e até mais simpática – afinal temos como herói um encrenqueiro briguento e não um professor de português.

Dirigido por Junya Okabe, Bravestorm vem para finalizar o Festival de Ação Japonês, entrando em cartaz nos cinemas dia 22 de Setembro com exibições adicionais dias 26 e 28 (confira a programação completa aqui), o filme traz a sensação de seriado japonês, daqueles da TV Manchete, agora em tela grande… Mas com qualidade de grandes produções. E só isso já justifica a presença do público, seja fã de robôs, da cultura japonesa, ou apenas de filmes, resultando em diferentes grupos juntos embarcando em uma nova aventura: Um crossover cultural do qual todos podem participar.

Agradecemos à Sato Company pelo festival e todas as produções que dele fizeram parte!
(confiram aqui e aqui), e damos 3 cookies e meio para o filme!