Baseado no livro de John Bellairs com mesmo nome, lançado em 1973, “The House With A Clock In It’s Walls” tem estreia marcada para 20 de Setembro de 2018, e traz Jack Black e Cate Blanchet interpretando dois feiticeiros que ficam responsáveis de cuidar do pequeno órfão “Lewis”.

Analisando o contexto, me lembrei um pouco de Harry Potter, um garoto órfão que mora com o tio e quase sem querer acaba descobrindo que a magia existe. Logo essa lembrança deu lugar aos antigos filmes de fantasia de época de Halloween, como “Abracadabra”, “As Crônicas de Spiderwick” e vários outros que me fizeram querer ser a criança sortuda que descobre que existe muito mais nesse mundo do que podemos explicar. A única palavra que consigo usar para descrever meu sentimento com esse longa é: Nostalgia! Poder sentar e assistir algo que me fez sentir com 10 anos brincando de fazer poções no jardim da minha avó ou indo até a oficina do meu avô que era entalhador de relógios e até hoje tem vários deles “tiquetaqueando” pela casa onde eu cresci.

Ficou óbvio que esse mistério teve um efeito bem pessoal em mim, mas é exatamente esse tipo de experiência que me faz amar o cinema – e eu quero que outros sintam isso também. O que vimos é uma adaptação de um livro infantil e é claro que tem algumas coisas bobas, alguns furos ou obviedades, nada que não seja perdoável ou estrague a obra.

Eu gosto dos personagens; além de serem bem construídos tanto isolados quanto em suas relações, foram muito bem interpretados e tenho que dizer que os atores foram muito bem escolhidos (Ah, Cate Blanchet!). Claro que tendo um livro por trás pode deixar mais fácil construir um personagem, mesmo assim sabemos que nem toda adaptação é boa, aqui não é o caso, depois de assistir o meu interesse em ler a obra original só aumentou, me deixou querendo saber mais.

Como disse, esse é um filme de fantasia infantil, porém tenho certeza que alguém aí já se assustou ou realmente ficou com medo de um “filminho de criança”, e esse pode ser mais um desses. O diretor Eli Roth, também dirigiu “O Albergue”, “Cabana do Inferno”, “Canibais” e “Bastardos Inglórios” ao lado de Quentin Tarantino. Depois desse breve currículo é de se esperar que essa produção tenha elementos de suspense e terror. Que aliás, foram muito bem feitos, com direito à um demônio na floresta, pacto de sangue, brinquedos que ganham vida e necromancia, a magia para trazer mortos de volta à vida.

Correndo risco de ser redundante, esse filme foi muito mágico pra mim de várias maneiras: pela nostalgia, pela feitiçaria sendo mostrada de um jeito bonito e encantador, por saber que crianças terão algo parecido com o que eu assistia incansavelmente na infância e pré-adolescência, o fato de que não tem problema nenhum em ser esquisito e a vontade de sair correndo comprar um livro que eu não sentia há muito tempo.

Se você quer se sentir uma criança vendo um bom filme temático no Halloween, corra e veja sem medo “O Mistério do Relógio na Parede”. Abra seu coração, deixe a sua mágica fluir e se divirta!