Baseado no livro de Frank Herbert, do diretor Denis Villeneuve (com excelente currículo no universo sci-fi que tanto amamos como “A Chegada” – 2016 e “Blade Runner 2049” – 2017), Hans Zimmer na trilha sonora e elenco com diversas carinhas famosas para compor a primeira parte de um grande filme.

Duna teve uma adaptação 1984, considerando que a base é um livro muito mais antigo, é possível afirmar que grandes franquias de sci-fi tiveram inspiração para suas próprias sagas, como George Lucas em Star Wars. As semelhanças transitam em diversos dos assuntos interessantes e sempre atuais que transitam pelo filme como economia, política, domínio de território, sobrevivência, religião, o “além” e questões ambientais. Este último em especial bastante complexo e interessante em Duna, cujo planeta Arrakis é um deserto, com ecossistema peculiar do qual uma espécie de minhoca gigante Shai-Hulod (na nossa escala evolutiva animal, muito parecido fisiologicamente ao cepholochordado anfioxo) é considerado uma das pragas do deserto e ao mesmo tempo é a chave para produção do maior produto econômico e desejado, além de alvo de exploração interplanetária que é a especiaria melange.

Todo um sistema, um bioma, ou seja, uma parte depende da outra e se há um pequeno desajuste em algo, normalmente com o humano invadindo a parte natural, gera um grande desequilíbrio que interfere em todos os viés daquele planeta. Estas discussões sempre me lembram Jurassic Park e Godzilla: Rei dos Monstros, cujos assuntos temos texto já publicado aqui no site caso haja interesse em olharem mais além.

“Mas uma pessoa precisa de novas experiências. Elas nos estimulam profundamente, ajudando no amadurecimento. Sem mudança, algo adormece dentro de nós… e raramente acorda. O adormecido deve acordar.”

Duna 1984

A tal especiaria em questão para o povo nativo de Arrakis, é quase como algo sagrado e ritualístico, pois através delas são realizadas viagens interestrelares. Além de ser um tipo de recurso que evidencia o poder da classe clarividente Bene Gesserit, para saber o futuro e ler as pessoas identificando quando alguém mente.

“Sonhos são mensagens das profundezas”

Duna – Parte 1

O protagonista principal é o Paul ( Timothée Chalamet ), da família real Atraides. Acompanhamos o início da jornada do heróis e sua descoberta. Ele exerce o papel de um messias, quem veio para seguir uma missão cumprir um propósito, inclusive sagrado. Ele leva o dom clarividência e da “voz”, habilidade telepática e de controle que aprendeu com sua mãe, Lady Jessica (Rebeca Furguson). Lady Jéssica é o tipo de personagem que representa um clã de mulheres que articulam situações e acontecimentos pelas sombras, além do som Bene Gesserit. Acreditam que Paul veio para ser a mente que conecta passado e futuro, e entre suas visões passeamos pelas possibilidades do andamento da saga e do próprio protagonista.

“Não devemos ter medo, o medo leva a morte”

Duna – Parte 1

Da saga do herói, que só saberemos os próximos passos na segunda parte, o interessante de Duna é perceber a complexidade de tantos assuntos a serem lidados pelos núcleos, como autocontrole, enfrentamento de novos rumos, lidar com medo, manter-se forte, fluir com as situações. O mistério da vida é o fluxo do processo, Duna traz a reflexão sobre devermos nos juntar a este fluxo do processo. Mesmo sem ter lido o livro é uma obra que vale a pena ser conferida e sobretudo no cinema. 4 cookies!

“O deserto é o meu destino, o meu caminho”

Duna – Parte 1