Contém Spoilers
Como diz o próprio título original, Soul (Alma), é sobre isso que se trata a nova animação da Disney-Pixar: alma, personalidade e vida. O filme tem direção de Pete Docter, conhecido por trazer conceitos profundos em suas obras, como, por exemplo, em Up, Monstros S.A. e no excelente Divertidamente.
(Conheça a revista Divertidamente Serial Cookies + Eurekando no seguinte link).
Nesta aventura acompanhamos Joe Gardner, na voz original de Jamie Foxx e 22 na voz original de Tina Fey.
Assim como a tradicional música de abertura da vinheta da Disney é executada desta vez em desarmonia, a história começa em meio à desordem interna e fragmentação de ideias de Joe Gardner, um simpático pianista que ensina música em uma escola fundamental em Nova York. Ele não é muito bem sucedido, tampouco realizado com sua vida e sua carreira. Ele vive um momento em que valoriza mais o seu sonho, ao mesmo tempo que se preocupa por não ser compreendido. Seu grande plano de sucesso na vida é tocar em um famoso quarteto de Jazz. Quando a oportunidade aparece, um pequeno passo desatento literalmente o leva para outro plano, desta vez, não de sonho, mas cósmico e astral.
22 é uma alma jovem que nunca encarnou na terra e habita o Pré-vida, um Reino cósmico espiritual, o mundo das almas. Onde o “RH Espiritual” e os “Zés” (Deus, universo, tudo o que há, luz suprema, divino, o que seu coração identificar como grande força criadora, pois esta é uma escolha bastante pessoal) encaminham as almas para suas paixões, interesses, sonhos e o que faz de cada alma ser quem ela é. Um espaço como uma Escola da Alma, cujo conceito lembra um pouco o do filme brasileiro “Nosso Lar” do diretor Wagner de Assis, baseado na obra de Chico Xavier. Ou seja, nesta escola as almas são mentoradas para obterem suas personalidades e peculiaridades e preparadas para encarnar no planeta Terra. Nós somos seres únicos, cada um tem um bagagem de conhecimento, experiência, se encaixa em algum degrau da escala evolutiva e sobretudo tem um nível de frequência, existem similaridades, mas não seres iguais, o universo não trabalha com repetições de matrizes e sim com desdobramentos ou fractais dimensionais.
Em um primeiro momento, Joe cai em um espaço Pré-vida com várias almas em uma esteira caminhando para o “além”, dissolvendo-se em pura luz. Porém, ele está determinado a retornar ao plano terreno para tocar no quarteto de jazz de Dorothea Williams. “Eu não quero morrer” ele repete, até romper a malha de divisão dimensional e se transportar pelas linhas vibracionais até a área do Pré-vida.
Este “mundo” onde ele cai nos remete a Uma Dobra No Tempo e Tomorrowland, também obras Disney. Ele se levanta em meio a uma “plantação”, ao longe enxerga um mundo limpo e etéreo, encontra as “alminhas”, jovens almas e um ser que se diz “a combinação de todos os corpos quantizados do universo”, os já citados “Zés”.
No Pré-vida, também estão as almas com missão de mentoria, fazendo seus trabalhos de guias antes de seguirem para o além. E é aí que Joe conhece 22.
22 é uma alma um tanto quanto peculiar. Ela está há milhares de anos na Escola da Alma, e não quer ir para o planeta Terra. Já passou pelos mais diversos e incríveis mentores, inclusive de personalidades reais, como Madre Teresa, Copérnico, Muhammad Ali, Maria Antonieta, Carl Jung e Abraham Lincoln.
Como a Disney nunca dá ponto sem nó, o número 22 na Numerologia carrega duas vezes o pragmatismo e a ambição do número 2 com a disciplina e cooperação do número 4. Além disso, 22 é conhecido como o número construtor, os resultados de suas conquistas têm o potencial de durar por gerações, traz consigo camaradagem, cooperação e parceria em qualquer situação que ele apareça. O pé firme e o idealismo desse número propiciam a autodescoberta e reflexões metafísicas que ainda assim requerem contato com o concreto. Por esse motivo, em contrapartida ao seu materialismo e talvez até por causa dele, pessoas sob a influência deste número estarão num bom momento para ponderar qual será o seu legado para o futuro.
Este é um dos fatores de 22 ser uma mentoranda difícil de lidar, pois ela já viu e ouviu de tudo um pouco, e se mostra pessimista em realção a praticamente todos os ensinamentos que recebeu. 22 está decidida a não descer para a Terra.
A dinâmica de Joe e 22 é uma oscilação entre uma alma que não quer morrer presa a uma alma que não quer viver. Genial contraste apresentado pelo roteiro.
No material extra do filme, alguns depoimentos dos produtores nos contam um pouco do por trás do departamento artístico. Eles tiveram a brilhante preocupação em retratar os personagens, as dimensões e os planos etéreos como algo que remeta a uma jornada espiritual como um todo. Formas básicas simples (linhas, círculos), e não como se fosse algo referente a alguma religião específica. Representações sem símbolos, mas com energias, como espectros de luz flutuando. A inspiração veio de como funciona um arco íris, com suas cores e vibrações.
Para o cenário reino espiritual Pré-vida a principal inspiração foram algumas das grandes Exposições Mundiais, que traziam tudo de novo e inovador que existia. A meta deles era fazer uma manifestação visual sobre aprendizado e conhecimento, e isso eles conseguiram transmitir brilhantemente.
As Exposições Mundiais, também conhecidas como Exposições Universais, foram grandes feiras que marcaram a Revolução Industrial, onde eram apresentadas inovações da indústria, tecnologia e marcos arquitetônicos. Muitos ícones foram apresentados nestas feiras, como, por exemplo, a Torre Eiffel de Paris na edição de 1889.
No filme, a certa altura, entramos em contato com a Zona Astral, uma região sombria onde as almas perdidas ficam obcecadas por elementos que as desconectam da vida, entrando numa baixa vibração, as chamadas “noites escuras da alma”, batendo na tecla das crenças limitantes. Estas crenças, como o próprio nome já diz, limitam o crescimento pessoal de cada alma impedindo-as de serem flexível, fluírem e enxergarem além daquilo que é negativo e que estão obcecados em um círculo vicioso.
Em determinado momento esta Zona também é manifesta dentro da personagem 22. Vemos as representações de seus medos e confusões, como as já mencionadas crenças limitantes, que a corroem. Representam momentos sombrios de dúvida sobre si mesma e que necessitam de um empurrãozinho da Luz para despertar e sair desta baixa vibração. No fundo, a crença que limitava 22 é que ela não se sentia digna ou boa o suficiente. E estes são medos que muitos seres humanos costumam ter.
Voltando ao Joe, ao analisar sua vida de perto, ele percebe que ela foi uma ilusão. Nesse momento, levantamos um questionamento: quantos de nós, ao despertar, percebemos o mesmo? Esse foi o exato momento em que Joe despertou e sabemos que no universo nada é por acaso, o que nos leva a crer que o personagem precisava passar por essa experiência e isso vai ficando cada vez mais claro no decorrer da trama.
Mas, para 22, Joe foi a Luz, pois foi ele que lhe mostrou coisas belas da vida, a partir de momentos de felicidade da própria 22. Ela mantinha toda a sua própria bagagem de conhecimento, mas se deparou com singelezas, como o cair da folha de uma arvore, o gosto de um pirulito, um bilhete de metrô, o sabor de uma pizza, entre tantos outros detalhes que na nossa vida passam batido com a agitação do dia a dia.
Ou seja… no fundo, o grande ponto de virada das noites escuras da alma está em descobrir dentro de si próprio a força que irá apontar para formas de melhorar a sua vida, praticando limpezas emocionais e demais processos individuais que cada um tem em sua jornada. E além de lembrar dos pequenos e valiosos momentos da vida, há sempre mentores, anjos da guarda e almas disponíveis querendo ajudar.
A missão de 22 não era ser advogada, pizzaiola ou algo assim, a missão de 22 era apenas ser, ter a experiência, e foi desbloqueando sua crença limitante e vivendo que ela pôde se encontrar. Joe, participando desse processo, também desbloqueou as suas e pôde, dali em diante, aproveitar a vida como se deve, apenas sendo e vivendo.
Todos somos um!
“Ao melhorar sua própria vida, você também melhora a vida de quem ama.”
Elainne Ourives
A música, e mais especificamente, o Jazz, possui um grande impacto no filme. O Jazz é um movimento musical artístico com origem no Blues e na música negra norte-americana, que não tem muitas definições de regras. Ele é marcado por várias linhas musicais de improviso e ritmos não lineares em que os músicos em apresentação precisam sintonizar-se uns com os outros e, claro, com muita emoção. A escolha do Jazz para o personagem Joe, por exemplo, reflete a emoção dele através da música, o estado de “nirvana” ao sentir-se saindo do próprio corpo e flutuando quando se está tocando em total sintonia. Em certo momento, vários músicos são vistos flutuando no plano etéreo, representando este estado de espírito sublime, de puxa conexão transcendental.
Em outro material extra do filme vemos a reunião de diversos músicos de Jazz chamados pela produção para assistirem ao filme e compartilharem seus conceitos sobre o poder da música e por que eles a tocam. Esses depoimentos giram em torno de várias ideias que ela pode representar, como expressão, realização, cura, emoção, uma forma de amor que une as pessoas, ou algo que aproxima muitos por uma causa. E do por que tocam, algumas respostam foram: permissão para expressar algo que as palavras não conseguem, ouvir um pensamento com improvisadores e compositores, para chegar àquele ponto em que há algo especial em que parece que alguma coisa toma o controle, conectar-se a algo divino e expressá-lo pelo instrumento, para ter uma experiência de sair do corpo.
O filme traz um passeio pelos questionamentos a respeito do sentido da vida, do mundo espiritual, por que tentamos fazer as coisas que fazemos, de onde viemos, como nos tornamos quem somos, o que devemos fazer aqui, para onde vamos… enfim, são muitas reflexões. E traz também a mensagem de que todos podemos ter uma vocação, uma paixão e uma missão. Mas também é importante saber como juntar e equilibrar tudo isso às múltiplas possibilidades da aventura da vida, além de aprender como viver no momento presente e buscar compreender que não somos apenas o que fazemos, mas como fazemos.
A vida é cheia de possibilidades. Você só precisa saber onde procurar. Em suma, Soul transmite a mensagem de que, na vida, nem tudo precisa de um propósito, precisamos apenas ser, vivemos em uma época de despertar para a nova era, ligas de voluntários que vieram para estar aqui nesse momento para ajudar a ascensão do planeta, a evolução para a 5D. Muitos não sabem como e o que fazer, na verdade, é muito simples: Apenas seja!
Então respire fundo, assista Soul (disponível na Disney Plus) e aproveite cada segundo da sua vida na Terra!
5 Cookies pelo filme literalmente da 5ª Dimensão!
Este texto foi escrito por Lulu Gabriella com contribuições da Carolis OFC, do Carolis Cakes e Tortas, parceira do Serial Cookies, em tortas, cookies e conversas multidimensionais.
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