Depois do grande sucesso de Invocação do Mal, outro spin-off chega aos cinemas. A Freira (The Nun) vem arrasando bilheterias, mas não os nossos corações!

O filme é um prelúdio que conta a história antes de sua franquia original. A trama é sobre uma noviça e um padre que são enviados pelo Vaticano para investigar o suicídio de uma freira num convento isolado no interior da Romênia. Com o auxílio de um jovem estrangeiro que mora numa vila próxima há alguns anos, eles descobrem que as freiras tinham uma missão secular de manter o demônio Valak aprisionado. Obviamente, algo deu errado!

Sinceramente, até agora eu não entendi (ou não quero aceitar) o quê deu errado. As freiras mantiveram Valak longe por tanto tempo e do nada uma delas resolve abrir o lugar onde ele estava, que claro, tem que ser um calabouço escuro com uma porta que se abre com uma chave enorme e esquisita. A desculpa é “o local permaneceu sagrado, até as bombas da guerra caírem e abrirem o selo”. Sério? Tem todo um ritual quando é mostrado o bruxo que invoca o demônio, mostrando que ele levou anos para conseguir esse feito e, de repente, ele se liberta porque uma bomba danificou a estrutura do castelo (?).

Eu ainda me animo quando vejo o nome de James Wan num filme de terror, mesmo que não seja na direção, como é o caso aqui, já que ele participa como roteirista e produtor. Mesmo assim, eu noto uma tendência: tanto Invocação do Mal e seus spin-off’s, quanto Jogos Mortais e Sobrenatural começam muito bem. Uma revolução para o gênero, o melhor dos últimos tempos, para chegar num ponto onde parece que a criatividade acaba. Os clichês tediosos, finais previsíveis e cheios de furos acabam com o brilho das franquias.

A Freira tem bons momentos e boas ideias, que logo são apagadas por coisas bobas, dando a impressão de que a produção foi preguiçosa ou apressada. Vemos de novo aqui o maior mal do terror, que não é um demônio furioso, mas coisas que acontecem simplesmente porque elas têm que acontecer. Deixando os personagens burros ou espertos, corajosos ou medrosos, na hora certa para o filme ser do jeito pensado, que além de não ser bom, tira toda a naturalidade dessas pessoas.

Tenho certeza que você já viu um filme do gênero e pensou “Por que ele está fazendo isso?”, “Por que ela está entrando aí?”, porque nenhuma pessoa faria isso, não só por medo, mas por não ser burro. Como em uma cena onde o padre é atraído até uma das formas de Valak seguindo um sininho, só pro mocinho (que, aliás, é extremamente irritante) ter seu momento heróico.

Como mencionei, o longa tem bons momentos. O melhor é o final onde descobrimos a ligação do prequel com o casal Warren, logo em Invocação do Mal 1, mas como todo o resto, é rápido e não tão bom quanto poderia ser. E já dando um super spoiler do final, como diria minha amada Mortícia em “Família Addams 2”: “Oh, não! Eles vivem!”.

Apesar de tudo, a fotografia e a locação do filme é linda, é nítido que tentaram dar um clima gótico pro filme que agradou a “Goth Kid” em mim. Gostei da Taissa Farmiga como protagonista, vejo futuro e espero vê-la mais vezes nas telonas. Também gostei de Daniel, uma criança que foi exorcizada pelo padre que volta para assombrá-lo, tendo um conceito bom, mas de novo, podia ser melhor.

Pode parecer que sim, mas eu não odiei o filme, talvez por já ter visto piores, mas isso não quer dizer que não é ruim.