A Vigilante do Amanhã, ou Ghost In The Shell para os mais antigos, é a adaptação de um mangá e anime de mesmo nome que chega aos cinemas pelos estúdios Arad Productions, DreamWorks, Grosvenor Park Productions, Paramount Pictures, Reliance Entertainment, Seaside Entertainment e Steven Paul Production. Foi dirigido por Rupert Sanders e roteirizado por Jamie Moss e William Wheeler. A história original é de Masamune Shirow.
Em um futuro em que a tecnologia está em todos os lugares, a Major (Scarlett Johansson) é a primeira de sua espécie: uma humana aperfeiçoada para ser o soldado perfeito devotado a impedir os mais perigosos criminosos cibernéticos do mundo. Quando o terrorismo alcança um novo nível, o qual inclui hackear e controlar as mentes das pessoas, ela é a única qualificada para impedir sua expansão. Mas, enquanto se prepara para enfrentar o novo inimigo, Major descobre que tem vivido uma mentira e vai atrás do que lhe foi roubado.
Houve muita controvérsia com relação à escalação de atores para esse filme por conta do white washing, termo usado quando há mudança da etnia original para a caucasiana (branca). A mesma empresa que fez os efeitos do filme O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button) foi cotada para fazer os atores ocidentais parecerem mais japoneses, mas os testes foram descartados posteriormente. Por conta desse white washing e para facilitar o entendimento para audiências não-japonesas, o nome da personagem principal mudou de Motoko Kusanagi para Mira Killian.
Embora a mudança étnica pareça ser um problema para o filme, na realidade, ela acabou se encaixando muito bem na trama. O roteiro fez com que o corpo caucasiano da protagonista (e outros personagens) seja não apenas explicado, mas também incluído em uma gama complexa do que foi tirado desses indivíduos, dando ainda mais profundidade ao ato. White washing é um problema real nos estúdios hollywooddianos, mas, nesse caso, o uso desses atores foi bem implementado. Há uma boa razão na trama por trás disso.
O filme tem um ambiente muito futurístico – vários hologramas e tecnologias circundam os personagens nas cidades, fazendo com que a obra seja visualmente fantástica. É um daqueles filmes que vale totalmente a pena assistir nos cinemas, principalmente IMAX. No entanto, quando se fala nas emoções que temos ao acompanhar a trama, parece que falta algo. Parece que falta alma. Em uma narrativa que tentou prezar a alma da personagem acima de sua couraça, esqueceu-se de fazer o mesmo com o filme em si. Foi muito shell, e pouco ghost.
Mesmo com esse defeito da trama não criar uma identificação ou uma conexão emotiva com o telespectador, ela passa uma mensagem bastante atual e crítica. É tratado sobre o problema de acreditar cegamente em corporações que supostamente agem em prol da sociedade e como sistemas organizacionais podem estar escondendo mistérios do passado. Como a obediência e padrões servem aos propósitos de uma elite dominadora, e a extensão e consequências que esse controle pode ter.
A Vigilante do Amanhã é estrelado por Scarlett Johansson como Mira Killian, Pilou Asbæk como Batou, Takeshi Kitano como Aramaki, Juliette Binoche como Dra. Ouelet, Michael Pitt como Kuze, e Chin Han como Han. É uma produção exclusivamente dos EUA, e foi filmado na Nova Zelândia e na China.
Estreou no Brasil em 30 de março de 2017, e nos EUA em 31 de março de 2017. Damos 3 cookies pela produção.