Com spoilers
Alita: Anjo de Combate é baseado no gibi japonês Gunm, de Yukito Kishiro, produzido em 1990 e perdurando durante 5 anos somando nove volumes. Também foram lançados aqui no Brasil pela Editora JBC, em mais de uma ocasião, e pode ser encontrado facilmente hoje em dia. O sucesso do mangá ainda gerou uma animação japonesa que conta com somente dois episódios – seguindo basicamente o mesmo roteiro do filme.
Nas telonas a obra foi idealizada e roteirizada por James Cameron, super conhecido por Titanic e Avatar em especial, tendo direção de Robert Rodriguez que conta com Sin City em seu currículo, e tivemos a oportunidade de conferir de duas formas. Eu Lulu, que não conhecia a história e não li o mangá fui assistir sem criar expectativas, pronta para conhecer algo novo, como uma folha em branco. Já o Becker conhecia o mangá e assistiu a animação.
Segundo o Becker, para quem acompanhou tanto o mangá como o anime as diferenças são óbvias pois o material original é muito mais violento graficamente e apresenta uma sociedade mais devastada e inóspita. Apesar disso muitas cenas, personagens e acontecimentos estão totalmente fiéis ao original, apenas com um visual mais bonito. Vale lembrar que as diferenças do filme para a obra original não constitui um defeito; e temos vários exemplos de produções que ficaram diferentes em suas adaptações para outras mídias e tendo o maior sucesso. Como por exemplo a série recente Riverdale (baseada na série de quadrinhos “Archie Comics”) e ainda todo o Universo Cinemático Marvel.
Vamos ao filme em si! Inicia avisando o expectador que se passa 13 anos após acontecimentos de uma Guerra e o mundo está dividido entre Zalem uma cidade aérea, suspensa de elite, e os sobreviventes na terra na Cidade de Metal, cuja maior parte resume-se a um ferro velho. Neste ferro velho o primeiro personagem é apresentado, o médico mecânico Dr. Ido, um dos principais responsáveis pelo conserto de androides e humanos com alguns membros robotizados, que está procurando peças mecânicas para levar ao seu local de trabalho. Nesta busca ele identifica peças com vida. Ou seja, encontra parte vital de uma ciborgue mulher, desmembrada.
Ao levar para seu consultório, Dr. Dyson Ido percebe que o cérebro e o coração ainda estavam vivos e responsivos, porém, desacordados. Com sua assistente, ele a restaura e reestrutura acoplando o corpo mecânico que pertenceu à filha falecida do médico, assim como a batiza com o nome de Alita, em homenagem.
Alita quando desperta não têm memórias exatas de imediato, ela tem a percepção de que está viva mas não sabe quem ela é e como exatamente foi parar onde está. Como “um passarinho saindo do ninho e aprendendo a andar” aos poucos ela toma consciência e de que toda parte mecânica nova foi reconstruída, mas parte interna, o ser, sentir, é toda dela.
Ao decorrer do filme nos deparamos com situações de desespero por sobrevivência, por um objetivo de mudança de uma situação de vida pobre para uma teoricamente abundante. Pessoas fazendo atrocidades para serem recompensados com dinheiro com intuído de juntar o suficiente para irem para a cidade suspensa Zalen. Roubam cyborgs, matam uns aos outros, roubam peças, tudo para irem a um lugar que a maioria nem nunca viu se realmente é tudo aquilo de maravilhoso ou se é apenas o que querem que pense que é.
Neste momento nos deparamos com mais lições muito além de um filme, conectando com a corrupção da vida real com esquemas de lavagem de dinheiro, sequestros e chantagens. Há trabalhos e serviços que não valem a pena ser pegos por dinheiro, pois isso corrompe o ser humano.
Claro que nunca é tarde para o despertar da noção de que se está fazendo é errado e que a vida está muito além de dinheiro e materialidade. Pois alguém pode ter um super corpo modificado cirurgicamente, carro caro, super poder aquisitivo. No fim o corpo é só uma casca, se você vai viver plenamente ou não só depende de você. As coisas em torno dos seres vivos se adaptam a partir do que está no seu subconsciente. Mas tudo gera consequências em sí e no próximo, e se a pessoa que vai usar tudo isso fará a favor do bem…. O poder desta decisão está na consciência de cada um. E em especial no caso de Alita, a forma como ela encara as situações a torna mais humana que muitos por aí. Cada um é a chave da própria mudança.
Ao fim descobrimos que a missão inicial de Alita era destruir Zalem, a cidade suspensa é que era o verdadeiro inimigo. Ela foi descartada a força por ter sido teoricamente subestimada, mas a força que ela tem… foi capaz de mudar a forma de pensar e trabalhar da egoísta Chiren (interpretada por Jennifer Conelly de Labirinto) fazendo-a lembrar que ela é não só uma mecânica inteligente que precisava viver no luxo sozinha. Mas uma mãe; uma médica, alguém que ao trilhar tal profissão tem por natureza à escolha de ajudar a vida e aos outros. Alita também muda a visão do personagem Hugo em relação ao trabalho e aos seus propósitos e motivações. E ainda deixa a mensagem de que “nenhum lugar é nosso, se não estamos ao lado das pessoas que amamos”. Buscar as coisas cm motivação que vem do amor e do coração é a chave da resolução da personagem no filme.
Na cabine de imprensa, momentos antes do filme tivemos a oportunidade de ter uma mini aula de Defesa Pessoal com atletas da academia Red Strong. Algo muito bacana que ouvimos ao final dos instrutores foi que “no fim, para as coisas funcionarem não adianta só treinar o corpo, você precisa alinhar a mente, o poder está dentro da mente”.
Uma ação de divulgação do filme no Brasil, também transmite uma mensagem incrível sobre força de vontade, através de um vídeo feitos com a atleta Laís Souza, que perdeu seus movimentos em um acidente em preparo para as olimpíadas. Parte de seu atual corpo se locomove por auxílio de membros robóticos. A forma como Laís enfrentou e superou pressão da mídia, subestimando-a, dentre outras situações desagradáveis a torna uma guerreira e inspiradora a heroína na vida real. Confiram um vídeo:
Alita: Anjo de Combate | Lais Souza: Uma Guerreira da Vida Real | HD
Guerreiras existem e inspiram o mundo. Lais Souza, uma heroína da vida real. Alita, a nova heroína do cinema.Não perca #AlitaAnjoDeCombate, 14 de fevereiro nos cinemas. Compre agora: https://www.ingressosalita.com.br/
Publicado por Alita: Anjo de Combate em Segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
O que pode parecer apenas um filme sci-fi com robôs e ciborgues em um primeiro momento, e ao ver o trailer, é muito mais do que isso. É uma lição para humanidade lembrar que tudo o que precisamos está dentro nós. Não é a roupa que usa, os bens materiais que possuí, as intervenções cirúrgicas artificiais que possa fazer no corpo. Nada é mais válido do que o verdadeiro “eu sou” e da força da mente, intuição e dos sentimentos. São forças energéticas que ninguém pode nos tirar, e cabe a nós escolher como lidar com elas, ser bom, ou ruim! 4 cookies pela obra e torcendo pela continuação para conhecermos os outros arcos da personagem!
Que linda resenha. Parabéns pelo conteúdo extra, serve como fonte de inspiração e reflexão para nossa fugaz materialidade. Abraços.
Oi Evaldo querido! Que bom que curtiu, fico muito feliz, obrigada pelo feed!
Espero que tenha trazido bons momentos de reflexão e inspiração como você mencionou!
Um beijo!