[Crítica] – Animais Fantásticos & Onde Habitam

2016 está sendo um ano muito especial para todos que acompanharam e apreciam a saga do bruxo mais famoso do mundo: Harry Potter. J.K Rowling lançou o último livro da saga em 2007, cuja segunda parte do filme foi para as telonas em 2011, e parecia ser o fim de uma grande aventura para guardarmos no coração. Porém, este ano a autora britânica nos presenteou com uma oitava história (19 anos após a 2ª Guerra bruxa) intitulada “A Criança Amaldiçoada”, criada para o teatro e que foi publicada posteriormente em formato de livro, e finalmente o primeiro filme do desenrolar de uma história mencionada durante os famosos 7 livros de Harry Potter: a 1ª Guerra Bruxa, onde chegamos a um dos lançamentos mais aguardados do ano, o 1º de 5 filmes “Animais Fantásticos e Onde Habitam”. E só para adianta, J.K. Rowling SEMPRE surpreeeende!

A trama se passa na década de 20 em Nova York e temos como protagonista o Magizoologista (um bruxo biólogo estudioso de animais mágicos no mundo trouxa) Newt Scamander, que dentro da saga Harry Potter, é um personagem mencionado por ser autor de um dos livros didáticos usados na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, de mesmo nome d o filme. O legal é que este livro didático foi lançado no “nosso mundo trouxa” em 2001 junto de outro nome da biblioteca de Hogwarts, o Quadribol Através dos Séculos, com intuito de ter a renda das vendas serem revertidas à instituição de caridade britânica Comic Relief, fundada em 1985 para ajudar a combater a fome na Etiópia. Era muito legal se sentir em Hogwarts com estes exemplares em mãos. Fazem parte de uma imersão total no mundo mágico, além de servirem para uma causa humanitária; o que eu nunca iria imaginar era que no futuro voltaríamos a este mundo, conheceríamos este personagem e detalhes da trama que foram tão importantes nos livros e filmes.

O filme foi dirigido por David Yates, produzido por David Heyman e conta com Stuart Craig como Designer de Produção, trio de profissionais já consagrados por trabalharem no universo de Rowling, o que garantiu a obra beleza e nostalgia. A fotografia e os efeitos são muito belos, e o ar, o estilo do filme e alguns materiais promocionais com design inspirado nos movimentos artísticos condizentes com a época, como Art Nouveau e Art Deco, dão um charme especial. A trilha sonora foi composta por James Newton Howard e tem um carisma a parte. A cada momento que o suposto tema era ouvido, era um cantarolar na minha mente. Também ouvimos a Hedwig’s Theme, composta por John Williams, o que só ajudou na nostalgia e nos corações potterhead em êxtase.

Material gráfico do filme em Art deco

E falando em arte e design, olhem que lindos estes exemplares do Profeta Diário criado pela equipe do Potterish! Cliquem para aumentar. (Infelizmente não conseguimos levar cópias impressas para distribuir aos fãs na pré estréia de 16/11 no IMAX em Curitiba/PR)

O elenco tem total dinâmica, todas as cenas se encaixam, os momentos de tensão, comédia, revelação, tudo é incrível. E não podemos deixar de dar menções honrosas a Eddie Redmayne (ator ganhador do Oscar por A Teoria de Tudo e atual queridíssimo de Hollywood) está excelente no papel de Newt. Ele transmite todos os sentimentos de um personagem que estudou em Hogwarts, e que pertenceu especificamente à casa da Lufa Lufa. O personagem, como a maioria dos gênios humanitários, tem um ar de ser é mal compreendido e tem um grande coração. A forma como ele carrega no olhar o personagem é algo que nenhum outro ator possivelmente conseguiria fazer igual. Um olhar meigo, mas também triste. Parece que ele nasceu para este papel!

Elenco maravilhoso!

Menções a Hogwarts e Dumbledore, já vistas no trailer, dentro de contexto causam uma sensação de voltar no tempo imensa ao expectador, e deixa no ar a curiosidade sobre o desenrolar da saga. É uma deliciosa surpresa todas as novidades e enlaçamentos do roteiro com passagens mencionadas no universo Harry Potter; e é a primeira vez que temos um material original do cinema da britânica mais famosa da literatura juvenil, uma vez que o espectador estava acostumado a ter a possibilidade de já saber do que aconteceria nos filmes anteriores, que foram adaptações baseadas nos já lançados livros. Desta vez não! O roteiro é completamente novo e desconhecido, e a surpresa é ótima! O estilo Rowling que conquista todas as idades está presente e, apesar do filme ser capaz de cativar a todos, com certeza a experiência de quem acompanhou e cresceu com a saga Harry Potter é ainda maior devido as inúmeras referências. A Rowling sabe mesmo fazer um filme para os fãs. Na verdade, eu diria que ela é tão fã quanto os próprios fãs.

Eddie sendo a pessoa mais fofa do universo levando um tronquilho no bolso do paletó na premier em Londres ao lado da rainha Rowling