[contém spoilers] A trapaça de Kansas City acontece quando todos olham para a direita e você olha para a esquerda. No caso em questão, quando todos achavam que a história seria centrada em Hitler, mas o que vimos foi o início da jornada de uma fantástica personagem deste universo chamada River Song. Steven Moffat novamente explode cabeças ao trancar o Führer no armário no começo do episódio e passar o resto dele matando o Doctor e evoluindo River. E é aqui que fica complicado. Se você é daqueles que necessitam de uma lógica linear e exata para entender e gostar de algo, esqueça. River Song é sinônimo de paradoxo. O fato do amor entre River e Doctor ser paradoxal (ela se apaixona por ele porque o Doctor sabe tudo sobre ela, mas ele só tem esse conhecimento devido ao tempo que River já havia passado com ele e vice-versa)  é fichinha ao se comparar com o fato de que a melhor amiga de Amy e Rory, a qual os uniu (!), é na verdade sua filha (o nome homenageado é o nome original).

Ou seja, esqueça também o modo de educação familiar básico, porque aqui a criança é criada por sua mãe antes mesmo dela saber que tem uma filha. Lembrando que essa filha, diga-se de passagem, cresce com tendências psicopatas, cometendo atos ilegais e com um único objetivo, o qual, ao ser concluído, será completamente errôneo. Isto faz com que a mesma abra mão de sua imortalidade para ressuscitar o homem que ela passou toda sua vida querendo matar. Assim é Doctor Who: uma brilhante dor de cabeça com os ocasionais seres preconceituosos viajantes do tempo. Além de toda trama River/Doctor/paradoxo/lavagem cerebral/redenção de lado, é preciso também mencionar a alegria que foi rever as companions passadas (mesmo que em holograma estático) e a nova atitude pró ativa e agressiva de Rory. Agora é tentar encaixar os eventos deste extraordinário Let’s Kill Hitler em uma timeline wibbly-wobbly e pensar que na próxima semana será provado que monstros são, de fato, reais.