O mais habilidoso dos assassinos, John Wick (Keanu Reeves), está de volta para dar continuidade à sua história em John Wick 3: Parabellum, que estreia no Brasil dia 16/05/2019.
O título já denuncia que trata-se de uma nova sequência e, de fato, a produção já começa imediatamente após o final do 2º filme, John Wick: Um Novo Dia Para Morrer. Os filmes antecessores esbanjaram criatividade e criaram um mundo com várias regras as quais o protagonista deveria se adequar… mas poderá ele sobreviver agora que ousou quebrá-las? A cabeça de Wick está a prêmio e todos assassinos de Nova Iorque estão atrás da recompensa.
No universo do filme, conferimos o submundo dos matadores de aluguel – extremamente bem organizado – que conta com moeda própria e também serviços exclusivos para os envolvidos, desde que esses sejam fiéis e obedeçam as regras da Alta Cúpula que controla tal negócio. Desta vez, com um universo já bem estabelecido, restou explorar melhor os donos da organização e o modo que intervêm em momentos de crise – como a traição do melhor e mais perigoso assassino e uma caçada sem precedentes.
Se continuamos a conhecer mais detalhes da sociedade em que Wick vive, também acompanhamos uma onda constante e incessante de violência e mortes de todo tipo. O protagonista agora não conta com praticamente nenhum recurso e se utiliza do que estiver pela frente como ferramenta mortal. Quando faltam armas, munições e objetos letais, entram em cena os bons e velhos punhos – em lutas muito bem coreografadas e realistas. As ambientações também são diversas, afinal John Wick mal tem tempo de respirar e precisa fugir constante enquanto surgem mais matadores a cada esquina.
John Wick 3: Parabellum é um excelente filme ação, e ainda representa – lindamente – a mais do que necessária evolução do gênero, feito basicamente de clichês. Há não muito tempo atrás, o padrão desse “filme de homem” se limitava a um cara musculoso armado até os dentes que não precisava obedecer regra alguma. Tudo muito divertido, mas sem profundidade, o que não é um problema em si e agrada quem gosta.
Entretanto, a produção da Lionsgate entrega um longa de ação incessante, onde o herói não é um fisiculturista, mas conta com altíssimo preparo físico. A quantidade de armas não diminuiu, mas aqui elas precisam ser conquistadas e não surgem do nada. Simplesmente não há tempo para festas e romances, pois o foco é cumprir a missão e não morrer no processo. E claro, tudo isso inserido numa sociedade com regras rígidas que precisam ser seguidas.
Se o filme pode ser definido como “filme de homem”, este termo se mostra inexato e até preconceituoso. A certa altura do roteiro, Wick faz parceria com Sofia (Halle Berry). Logicamente, a assassina arrebenta e luta ferozmente, mas utilizando técnicas diferentes sem precisar ser uma lutadora de MMA tentando se igualar a um homem. O diferencial desta personagem não é o de “mulher negra forte”: trata-se de mais um assassino de elite, e seu gênero ou raça não a tornam menos eficiente ou melhor – de fato, faz tanta besteira quanto o protagonista masculino. Na apresentação de balé, podemos ver um bailarino dançando; a pessoa que é enviada para auditar os assassinos, sendo autoridade máxima, é mulher e; por fim, o roteiro conta com personagens de várias etnias. Todos esses elementos se integram organicamente, e ainda que se destaquem de outras produções, apenas reflete a diversidade do mundo em que vivemos como algo normal e cotidiano, onde ninguém é melhor do que ninguém.
John Wick 3: Parabellum conta com um mundo interessante, subverte clichês do gênero sem amenizar a violência e a ação inerente deste e, principalmente, diverte a todos os seus fãs. A recompensa de Wick, aqui, é de 4 cookies e meio!
