A continuação direta do filme de 2017, Os Parças, é uma comédia dirigida por Cris D’Amato, o mesmo diretor de Sai de Baixo – O Filme e É Fada!, traz de volta os personagens Toin (Tom Cavalcante), Ray Van (Whindersson Nunes) e Pilôra (Tirullipa) e é a mais nova aposta da Globo Filmes para o cinema nacional. Em Os Parças 2, o trio precisa levantar dinheiro para ajudar o amigo Romeu (Bruno de Luca) a fugir do país e não ser encontrado pelo bandido China, que quer sua cabeça a todo custo. Para isso, se veem obrigados a trabalhar numa decadente e assustadora colônia de férias.
A película é uma algazarra do começo ao fim, com uma trama desconjuntada e comicidade cansativa. O humor do filme se baseia na excentricidade do grupo ao realizar, sempre aos berros, os reparos necessários nas instalações do acampamento, e ao propor atividades aos estudantes em férias, tudo em meio a batidas piadas escatológicas e sexuais. A sensação que o longa-metragem passa é de completo desconforto, o que só piora com a chegada dos adolescentes à colônia de férias, trazendo ainda mais gritaria. A obra se apoia em humor feito com estereótipos físicos e no constante assédio do personagem Toin à monitora do acampamento vizinho, recurso que cai muito mal em pleno 2019.
O resultado final é um filme preguiçoso, com bons artistas desperdiçados em papéis mal construídos, roteiro sem lapidação e uma qualidade de produção comparável à de programas para TV de baixo orçamento. Percebemos a evidente tentativa de levar os fãs do comediante Whindersson Nunes aos cinemas, mas a projeção dificilmente agrada até o mais aficionado admirador do artista.
Whindersson produz um conteúdo com muito mais qualidade em seu próprio canal do YouTube, publicando vídeos feitos com o devido cuidado e respeito ao público. Esse carinho faz toda a diferença no resultado final de um produto, principalmente quando comparado a um filme cujo objetivo não é necessariamente entregar algum valor à audiência, e sim, se tornar um efêmero caça-níqueis.
Por tal contexto desconectado com 2019, a nota é 1 cookie.


Sobre o autor: Rodrigo Doze é formado em Artes Gráficas, faz vídeos e animações e é um grande entusiasta de filmes de terror e ficção científica. Amigo de robôs e monstros japoneses gigantes cujo hobby é chutar prédios. Dedica parte do seu tempo em sua busca pelo melhor lamen da cidade.
Excelente análise.
Não me parece um filme que me atrairia para o cinema, e indiferente de ser bom ou ruim a análise me pareceu pontual, principalmente na questão do humor datado.
Parabéns, Rodrigo, continuarei a acompanhar (e divulgar) suas análises.
Cassol! Seja bem vindo! Isso aí continue acompanhando o Serial Cookies que ai ter sempre vários textos do caríssimo amigo Rodrigo! =D
Que legal Cassol!!! Seja bem vindo =D