Anteriormente, quando falamos de Shazam! (confira aqui no link) mencionamos, meio que a título de piada, Os Trapalhões. Entretanto, no mesmo dia da estreia da película do herói da DC também tivemos em nossos cinemas o início das exibições de Mussum: Um Filme do Cacildis. E já que conferimos uma produção de herói americano, não custa nada fazermos o mesmo por uma do nosso cinema nacional.

O filme aborda a biografia de Antônio Carlos Bernardes Gomes Alberto, que além de ser um músico de renome é ainda mais conhecido pela sua carreira humorística – neste caso, utilizando o nome de Mussum. A produção é bastante competente e realmente relata momentos muitos importantes da vida do brasileiro, desde a infância até o seu falecimento. Na verdade, o clima é mesmo de “melhores momentos” e muitas das dificuldades, excessos e tristezas são mal mencionados ou até omitido. Claro, isso só impacta a audiência que já tem conhecimento de toda história previamente e não chega a ser um defeito. pois o filme se apresenta em um clima muito bem humorado, inserindo piadas até entre momentos sérios. Ajuda ainda a parte musical, composta de animadas composições de samba.

O visual da produção é bastante peculiar, utilizando entrevistas antigas, muitas fotos compondo sequências de slides e mesmo os depoimentos atuais estão com uma imagem envelhecida – exibidos em uma TV de tubo dos anos 80 em um bar. Tudo isso somasse numa viagem nostálgica por um Brasil de antigamente, com direito a trechos de aberturas de programas e até mesmo a mensagem de censura livre. Quando se faz necessário, na falta de material antigo, animações estilo “meme” aparecem acompanhadas de uma bela e divertida narração.

A história de Mussum merece ser conferida e é inspiradora: negro, pobre, se formou como torneiro mecânico e entrou para o exército. Foi aí que entrou para o mundo da música onde fez bonito e ganhou fama o bastante para aparecer na televisão fazendo graça. Por muito tempo era uma vida dupla com carreiras diferentes e agendas apertadas e conflitantes. Felizmente, perseverança, talento, carisma e apoio dos amigos trouxeram todo tipo de oportunidade para o artista se desenvolver e provar seu valor – através de muito suor e trabalho duro. E se o filme não conta tudo que havia para ser abordado, recomendamos o livro Mussum Forevis: Samba, Mé e Trapalhões, de Juliano Barreto. De fato, já nos primeiros momentos do filme aparece uma imagem deste livro.

Mussum: Um Filme do Cacildis vale muito pena ser conferido não só pela nostalgia, mas pelo conteúdo histórico e pela lição de vida do eterno trapalhão.

Merece 4 cookies sabor mé!!!