Shazam é um personagem de grande nome no mundo dos quadrinhos, tendo sua primeira aparição em 1940, e partir daí, passando por diversas batalhas: disputa legal e perda do nome original (Capitão Marvel), picos de popularidade, ostracismo… Já teve série de TV live action, várias paródias em Os Trapalhões e, com toda certeza, diversas versões até hoje. A mais recente é o filme SHAZAM!

Acompanhamos nesta produção as aventuras do adolescente Billy Batson (Asher Angel), um garoto órfão recém adotado que – por ter um coração nobre – recebe os poderes para se transformar no Capitão da justiça Shazam (Zachary Levi) em um  momento de crise iminente. Dr. Silvana (Mark Strong), cheio de ódio e obsessão, liberta os terríveis Sete Pecados Capitais – os dos quadrinhos da DC, não aqueles do anime do mesmo nome – que pretendem acabar com a civilização. Ainda sem saber do perigo que enfrentará, nosso jovem herói vai aprendendo a controlar os seus poderes de forma despreocupada e até irresponsável enquanto segue evitando intimidade com sua nova família.

Enquanto o herói imaturo se diverte, tudo é alegria e rola um clima de humor condizente com a situação. No entanto, na maior parte do roteiro, vemos mesmo a dificuldade de Billy se considerar parte da família ou ataques violentos das forças do mal. Parece inconsistente, como se filmes diferentes estivessem se alternando – em uma cena o clima pesado da DC, e na seguinte, a comédia da Marvel – mas, por um ponto de vista, isso exemplifica bem o processo de amadurecimento que todos temos que enfrentar na vida.

Ainda na parte de roteiro temos um grande problema, que é o excesso de personagens: não temos tempo de conhecer em detalhes toda a família de Billy, e alguns acabam sendo puro estereótipo. Já os vilões, nem precisariam ser sete indivíduos, todos lutam da mesma forma e quase nenhum demonstra alguma característica marcante, de forma que mal dá para saber qual é qual – e não faz diferença alguma de toda forma. Dr. Silvana então, não utiliza seu diploma em momento algum, seja lá qual for sua especialidade. Isso não torna o filme necessariamente ruim, mas sim menos do que poderia ter sido e recheado de potencial mal aproveitado.

Apesar de ser uma versão atualizada do herói, os fãs mais puritanos de Shazam podem ficar felizes com os diversos easter eggs que remetem à vários vilões e heróis antigos, que só não citaremos aqui para não estragar a surpresa. É muito gratificante ver na telona esses pequenos detalhes! E claro, temos diversas piadas mencionando os membros da Liga da Justiça. Diversão pura para quem conhece os heróis!

Para finalizar, vamos frisar a mensagem que o filme passa: Billy, mais do que Shazam, precisa enfrentar uma batalha difícil, que é aprender a aceitar a si mesmo como parte como parte de uma família; a reconhecer como é amado; como confiar nas pessoas e, quando preciso, pedir e aceitar ajuda. Tudo para ter chance de vencer os perigos da vida, que dificilmente se tratam de cientistas loucos e demônios.

SHAZAM! estreia em circuito nacional em 04/04/2019 e merece eletrizantes 3 cookies e meio!