>> Atenção contém spoiler

Jurassic Park foi criado a 30 anos atrás como intuito de ser um parque para visitação com dinossauros recriados a partir de uma mosca do período jurássico, que foi encontrado dentro de um pedaço de âmbar. Entretenimento. Porém, saiu do controle. Anos Depois criam Jurassic World, outro parque com dinossauros, mas desta vez recriado com a mistura do DNA de outros animais e espécies. Saiu do controle novamente e ainda um vulcão entrou em erupção, e a ilha precisou ser evacuada. Com isso, diversas espécies foram erradicadas mundo afora buscando se adaptar aquele novo ecossistema com humanos e áreas urbanas.

Então pessoas más intencionadas, que tinham contato com Sir Benjamin Lockwood, um conhecido de John Hammond, o criador do primeiro parque, aparecem e usam como Sir Benjamin como disfarce e desculpa uma ação para salvar os dinossauros sobreviventes na ilha. Mas por trás da ação a intenção era de leiloar estes animais. E de bônus na narrativa, Sir Benjamin é avô da pequena Maisi Lockwood, que até aquele momento sabíamos que é uma menina que teve algum tipo de carga genética também modificada).

Então chegamos ao último filme em que há uma nova companhia na narrativa: a indústria farmacêutica Biosyn entra na jogada, comprando a ilha do parque e reestruturando como um centro de pesquisa. Seriam eles os também responsáveis pelo leilão ilegal do último filme? Humm!

A indústria farmacêutica Biosyn sustenta um discurso sobre trazer soluções inovadoras e milagrosas que irão salvar vidas a partir da pesquisa de DNA de dinossauros. Contudo eles também criam um problema que são os gafanhotos geneticamente modificados com DNA do período cetáceo. Claro que isto eles não divulgam, mas vendem sementes com aditivos para fazendeiros, e essas plantações não são afetadas pelos gafanhotos. Ou seja, quem é adepto do orgânico e natural, as plantações não vingam, são constantemente devoradas pelos gafanhotos. Veja só, por que será? Bem, o experimento sai do controle e os gafanhotos não só se multiplicam como não há predador e uma real solução para o problema. Com isso a possibilidade de gerar colapso ecológico em escala global é iminente sendo os humanos a próxima raça a ser extinta, e não os dinossauros.

Ai partimos para outra discussão já presente em posts passados quando saiu Jurassic World – Reino Ameaçado: Vale a pena recriar espécies extintas? Independente de uma espécie ser extinta pela ação do homem ou da natureza, há sempre muitos fatores envolvidos como adaptação de um novo ecossistema e a morte dos que antes ali habitavam. Os desequilíbrios causados, a falta de comida e espaço abundante que antes os dinossauros tinham, além do espaço do planeta inteiro para habitar. Imagina ficarem confinados em uma única ilha. E mais ainda recriar espécies extintas e misturar com as atuais que não fazemos ideias de como seria a adaptação, ciclo e cadeia alimentar na prática?

Enfim o fato é que foi criado um problema e é preciso solução. E para isso há o retorno dos personagens clássicos Doutora Ellie Sattler (Laura Dern), Doutor Alan Grant (Sam Neil) e o já visto nos filmes anteriores o Cientista Iam Malcon. E o encontro e a participação deles foi fantástica. Não foi uma pontinha sem explicação só para agradar os fãs e inserir easter eggs. A participação foi realmente bem escrita e muito relevante para história! É lindo ver a geração legendária da saga se encontrar com a nova e a dinâmica com Oewn Grand (Chris Pratt), Claire Dearing ( Bryce Dallas) e especialmente com Maisi Lockwood (Isabella Sermon), esta sendo a grande chave da narrativa.

Fazendo uma super conexão com John Hammond e sua filha, a cientista genial Charlote Lockwood e por fim Maisi Lockwood, temo respostas! Maisi é realmente importante para o desfecho. Ela foi criada por inseminação artificial; a própria Charlote a projetou para ser além de sua filha, mas sua semelhante melhorada. Charlote tinha uma doença irreversível e por isso reescreveu o DNA da Maisi de forma com que suas células conseguiram eliminar a doença e sobreviver. Uma vez que ela tinha dentro dela a carga genética que a permite imunidade e auto cura ela é um exemplo de linha de DNA efetiva quer seria a base para resolver o problema dos gafanhotos. O que é fantástico, pois mostra que a intenção de Charlote era realmente usar a ciência sempre a favor da vida, e não a cargo de chefes que pressionam e subornam cientistas a fazerem o que é fácil para atrair dinheiro, sem mensurar as consequências para o todo. Pensando em ciência nos últimos anos…quantos avanços poderiam ter ocorrido se não houvessem burocracias e ganâncias? Quantas Ellies, Alans e Ians pelo mundo poderiam estar brilhando na ciência com propósitos coletivos e humanitários?

E sobre as indústrias farmacêuticas/ Precisamos mesmo ter uma a cada esquina e milhares de medicamentos para tudo? Eu adoro quando filmes trazem na narrativa afrontas ao mundo real, trazendo para a nossa realidade assuntos que precisam ter mais o questionamento. Há ainda uma passagem em que é perguntado a um determinado grupo “vocês não se perguntam do porque vocês sobrem de cargo rápido e tem cada vez mais trabalho para fazer?…. Porque assim não dá tempo de vocês pensarem de forma crítica o sistema e investiga o que está errado…”. Uau! Então vamos lá! Há a necessidade que indústrias farmacêuticas criam no paciente de coisas que muitas vezes eles nem precisam em vez de incentivar para o dia a dia soluções mais naturais e orgânicas? Prevenções? Ao invés de vender uma solução milagrosa que pode desencadear ainda mais problemas, especialmente aos hipocondríacos e/ou dependentes de mais de uma medicação. Não estou afirmando que não precisamos de alguns medicamentos, mas sim o excesso e o exagero em condenar soluções e prevenções simples e naturais, além de constantemente criarem problemas para venderem soluções. No fim é tudo uma questão de consciência e responsabilidade.

E ficam ainda mais belas reflexões de Charlote, que datam de antes do primeiro Jurassic Park abrir: Os humanos precisam ter mais humildade e clareza no sentimento de coexistência. Os dinossauros datam de bilhões de anos antes dos seres humanos. Então pensem comigo: A nossa espécie em uma escala de 100% da história do planeta data de 1% perante aos 99% de tudo que veio antes. E mesmo assim o humano costuma agir como se fossem os donos de tudo e da razão, querendo correr antes de aprender a andar. Somos parte de um ecossistema frágil… como diz Owen, e a relação entre um anima e a espécie humana deve ser pautada na base do respeito… Assim como uns com os outros! Isso é sempre bom relembrar!

Jurassic World: Dominação estreia dia 2 de Junho e merece 5 cookies com muita nostalgia e tendo um belo fechamento a uma das maiores sagas da história.