O Serial Cookies mais uma vez foi até o outro lado do planeta e fez contato direto com a Terra do Sol Nascente, desta vez, online! No dia 12 de Julho, Domingo, o Alma Tokusatsu promoveu uma coletiva de imprensa na qual vários veículos puderam entrevistar ninguém menos do que Hiroshi Watari (que foi o Sharivan em 1983, o Boomerman na série Jaspion em 1985 e o Spielvan em 1986) e Seikoh Senoo (que viveu o Metalder em 1987), dois atores marcantes de tokusatsu (seriados japoneses) que marcaram época na TV brasileira lá nos anos 80 e 90, e continuam sendo lembrados com muito carinho pelos fãs brasileiros e mundo afora. Essa coletiva fez parte do Meet & Greet, evento no qual os fãs também podem conversar online com esses e outros atores nipônicos, pois a tendência é que mais convidados venham a participar!
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>>> Saiba mais no site oficial do Alma Tokusatsu!
A coletiva deu a este que vos escreve a oportunidade de tirar uma dúvida que, ao assistir às séries, sempre vinha à mente. A tecnologia atual, que nos permite falar com alguém do outro lado do mundo com extrema facilidade, aliada à sincronicidade do Universo, me deram o privilégio galáctico de tirar essa dúvida justamente com a pessoa certa, alguém que tem muita, mas muita propriedade no assunto! Hiroshi Watari, além de ator, também foi dublê, e realmente vestiu as armaduras de alguns dos Metal Heroes (categoria de tokusatsu da qual fazem parte Sharivan, Jaspion, Spielvan, Metalder, entre outros).
Normalmente, nessas séries, as cenas de luta eram gravadas com os trajes mais “simples”, que permitiam toda uma desenvoltura corporal por parte do dublê, ao passo que as cenas especiais, em close, nas quais os heróis se apresentavam, ou aplicavam seus golpes finais, eram gravadas com aquelas armaduras mais detalhadas, reluzentes, e de manuseio muito mais limitado. Perguntei a ele qual é a sensação de vesti-las e, em relação aos capacetes, se ele conseguia enxergar alguma coisa lá dentro, quando os visores, e outras luzes, acendiam. Afinal, qual a verdade por trás daquele visual todo estiloso, metálico, cintilante e futurista dos Metal Heroes que nós, os fãs, tanto gostávamos (e ainda gostamos) de admirar?
Hiroshi, bem humorado, disse que é horrível!!! É quente, desconfortável, quase não se consegue respirar, um incômodo muito grande, dá até para entrar em pânico dentro daqueles trajes. Para as pessoas que, nesta época de pandemia, reclamam de ter que usarem máscaras para saírem de casa, saibam que isso não é nada comparado àqueles capacetes de Metal Heroes. No caso das armaduras especiais, ele contou que apenas as vestia, e fazia gestos mínimos, só para as imagens em close mesmo, até porque nem daria para fazer movimentos mais complexos. Watari disse ainda que, em relação a enxergar, os Metal Heroes são até melhores! Nos trajes dos heróis das franquias Kamen Rider e Ultraman, a abertura para visão às vezes é só um traço ou então duas bolinhas minúsculas. Você até consegue olhar para frente, mas não para baixo. E se tiver que gravar uma cena em que tenha que pular ou dar uma cambalhota, já que você não consegue ver onde pisa, é preciso calcular os passos, correr e… seja lá o que Deus quiser!
Tá aí mais um motivo para valorizarmos toda essa galera que faz cosplay, inclusive a cookie girl Lulu Gabriella, e tantos outros amigos do Serial Cookies que já participaram conosco de tantos momentos! Embora sejam mais práticos em relação aos trajes originais, os capacetes dos cosplayers também costumam ser muito trabalhosos de se vestir, e não muito confortáveis de se usar (sendo bem sutil). Imagine-se num traje desses durante um dia inteiro de evento! Mas é claro que são sacrifícios válidos, em prol da diversão!
No decorrer da coletiva, que durou cerca de uma hora e meia, vários assuntos interessantes foram abordados. Seikoh Senoo, também muito descontraído, disse que ficou feliz quando soube da popularidade dos tokusatsu no Brasil (e também em vários outros países espalhados pelo globo), e revelou que gostaria muito de visitar o nosso país. Watari já esteve por aqui, e tem boas lembranças da paixão dos brasileiros pelos heróis do outro lado do mundo.
Indagados acerca de um comparativo entre as atuais séries de tokusatsu e aquelas dos anos 80, os atores destacaram algumas diferenças relevantes. Watari salientou que, atualmente, as explosões são feitas com efeitos visuais e, naquela época, eram bombas de verdade! Se, por um lado, agora, o resultado final visto nas séries fica um pouco mais artificial, por outro, os atores e dublês têm mais segurança nas gravações das cenas. Disse ainda que as histórias atuais estão mais pop, e aquelas de outrora tinham um peso dramático maior. Senoo concordou e acrescentou que, hoje em dia, no Japão, existem leis mais criteriosas que proíbem cenas muito violentas em programas infantis e juvenis. Com isso, os diretores e roteiristas de tokusatsu têm que pensar em novas formas de contarem suas histórias, o que as têm deixado realmente mais leves.
Ambos se sentem muito gratificados pelos seus personagens terem influenciado tão positivamente o público brasileiro em suas histórias repletas de ação, ficção científica e pirotecnia, mas com mensagens fraternais, que prezam pela família, amizades e amor ao próximo, independente de qual galáxia seja!
Com muita simpatia, portanto, Hiroshi Watari e Seikoh Senoo puderam falar sobre os bastidores, curiosidades e relembrar, com muita nostalgia, bons momentos vividos naquela saudosa década de 80. Bate-papos como esse também estão disponíveis ao público em geral! Já imaginou poder conversar online com os seus atores nipônicos favoritos, você aqui e eles lá do outro lado do mundo, mas mesmo assim face to face? Você pode! Acesse o site oficial do Alma Tokusatsu e saiba mais sobre os próximos Meet & Greet!
E para encerrar, lembre-se do último conselho dado por eles na entrevista! Sem saúde não dá para se divertir, então, durante a quarentena, se cuidem, respeitem o isolamento social e… usem máscara!
Sobre o autor: Formado em Comunicação Social – Jornalismo, Roberto Oliveira desde sempre vem exercendo a escrita em sites nerds/geeks e contribuindo para a semeadura da Cultura Pop. Cinéfilo inveterado, também é radialista e colaborou com a galera do Serial Cookies em várias ocasiões, inclusive nas Lives do Oscar, que já estão se tornando tradição! Defende a paz entre marvetes e decenautas e curte quase todas as ramificações da produção audiovisual, com destaque para ficção científica, fantasia e, claro, os super-heróis, e “viaja” com histórias que envolvam viagens no tempo!