Quem nunca jogou Batalha Naval quando criança? Seja com papel e lápis ou como um jogo de plástico, o objetivo era colocar todos os tipos de navios em seu tabuleiro e tentar descobrir onde os navios opostos estão e destruí-los. Assim como o jogo tratava apenas de tentar acertar o inimigo e ter um pouco de pensamento estratégico, o filme de Peter Berg (O Reino, Hancock) é focado nas explosões e efeitos especiais de oficiais navais lutando contra um ataque alienígena.

Battleship conta a história de dois irmãos (Taylor Kitsch, de John Carter – Entre Dois Mundos e Alexander Skarsgard, de True Blood) servindo juntos na marinha americana. Enquanto vários navios de diferentes nações estavam participando de exercícios navais, um grupo alienígena chega no planeta causando destruição. A trama do filme não se preocupa em explorar a origem dos alienígenas, seus motivos para o ataque, o impacto na sociedade com o contato de vida fora do nosso planeta ou a ação seguinte dos humanos quanto aos aliens. Ela é focada simplesmente naquela batalha envolvendo aquelas pessoas, com cenas de destruição de cidades como fragmentos soltos e sem nenhuma consequência posterior. Há também o caráter político que o diretor tentou colocar entre os americanos e japoneses, o qual acaba ficando muito forçado e sem impacto.

Tratando de uma obra de pura ação, os planos e as sequências foram bem construídas, embora seja possível perder um pouco de noção espacial com os bombardeamentos (problema mínimo se comparado a Transformers 3). A trama envolvendo o protagonista não foge do clichê do “cara perdedor que agora é forçado a salvar o mundo”, tornando-se repetitiva e cansativa. As cenas cômicas até que funcionam, mas parecem não estar em sincronia com o resto da história (juntar a ação ao engraçado é uma tarefa difícil que apenas filmes como Os Vingadores dominam). As atuações são decentes, mas os diálogos não cooperam. Kitsch e Skarsgard já estão acostumados com ação, o veterano Liam Neeson aparece apenas no começo e no final, Brooklyn Decker é a bonitinha da história e a novata Rihanna fica com uma personagem mascunilizada com falas terríveis. Os efeitos especiais são muito bem realizados, não sendo grande surpresa já que a produção do filme recai sobre a técnica.

O filme não foi realizado em 3D, dando pontos positivos para o diretor que não cedeu à pressão do mercado e foi em frente com um estilo que ele achava dominar melhor. No final das contas, Battleship é mais um filme de ação altamente descomprometido com o “roteiro” que aposta na diversão das imagens.

Nota: